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A “Cimeira UE-ÁFRICA” não será, para Portugal, um momento único. Ah! Mas é ímpar!
Se a “cimeira” decorreu em três dias, eu em apenas dois, e, para mais, curtos e ignotos espaços, não consigo verter todo o “fel” que a circunstância produz no meu íntimo. No de tantos. Que estes são incontáveis, bem ao contrário dos outros. Até porque esses outros tem de se conformar com o exigente “numerus clausus” na sua admissão ao areópago das excelências de poderosos ditadores, alguns também torcionários e assassinos, para com eles privar; talvez, até, para os aplaudir.
Realmente, como muito bem reflectia hoje Manuel Carvalho, no seu editorial, como se pode “ser parceiro de quem não partilha valores básicos nem preocupações comuns”?
Por mais desagradáveis (duras, não houve) que algumas críticas, na cimeira, tenham sido dirigidas a Mugabe, a verdade é que a presença da criatura, ali, já equivale a um branqueamento da situação no Zimbabwe.
Não é a primeira vez que guardo na minha pasta de escritos que considero especialmente meritórios – porque além de praticarem uma bela e elegante prosa, são marcantes e particularmente actuais no respeitante a uma época, a uma circunstância ou a uma personagem – não é a primeira vez que remeto para o APOSTILA, dizia, um RETRATO DA SEMANA de António Barreto, que tem, de facto, uma objectiva condizente com a sua acutilância e capaz de nos oferecer uns zooms de grande qualidade.
O artigo de hoje, “O circo desceu à cidade”, é um texto pungente, dum realismo doloroso, de uma actualidade impressionante e perturbadora. Inquietante. Uma peça que em termos musicais começaria com um “Adagio giocoso, ma non troppo vivace”, passando a um “Andante assai vivace ma serioso” e terminando num “Largo maestoso molto espressivo”.
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É, de facto, muito caro o preço da democracia...
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Leia, pois, no APOSTILA “O CIRCO DESCEU
À CIDADE”.
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