domingo, 16 de dezembro de 2007

IRENE PIMENTEL

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“Não tem lugar na Universidade, cursou História como estudante-trabalhadora, mas a originalidade dos seus estudos sobre o Estado Novo, que lançam uma luz nova sobre esse período, levou o júri do Prémio Pessoa a decidir galardoar esta mulher de 57 anos, uma historiadora determinada e lutadora” – é a síntese e a chamada para um artigo sobre a historiadora, no Público de ontem.

Irene Pimentel é surpreendida pelo dia da Libertação quando rondava os 24 anos, e só aos 29 se decide entrar na Faculdade de Letras. Mas a política atrai-a antes dessa marcante data, ainda em 1970, na “ressaca” do Maio de 68.

Em 1978 rompe com a esquerda mais radical para iniciar um percurso independente fora do estrito âmbito partidário.
Mas como tantos militantes de partidos da ala esquerda, também ela terá ganho o traquejo habitual, característico dessa área, que incentiva o gosto pela retórica, pela polémica, a discussão e o poder argumentativo.

Já liberta de eventuais preconceitos relativamente à época da ditadura, nela mergulha a sua investigação, como, com o sugestivo título “Chegou tarde à História, cedo ao Estado Novo”, narra São José Almeida no mencionado artigo.

É assim que publica vários livros sobre a época, e, designadamente, escolhe como tese de doutoramento a história da PIDE, de 1945 a 1969, de que publicou recentemente uma versão reduzida, A História da PIDE.
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PIDE: prisão de Caxias


O Prémio Pessoa acaba de distinguir Irene Pimentel e premeia a sua dedicação à investigação do período da Ditadura.
“Os seus livros, que nunca negam a sua adesão à causa das liberdades e dos direitos humanos, revelam um notável esforço de rigor intelectual e de objectividade académica"
– refere uma declaração do júri do Prémio.

Mas publicou mais. Vejamos um destaque do mesmo periódico, da mesma data e da mesma jornalista acerca da obra de Irene Pimentel, vista por ela mesma:

- As Organizações Femininas do Estado Novo
(Círculo dos Leitores/Temas e Debates, 2000)
"É um livro que tenta caracterizar o Estado Novo através da sua política relativamente às mulheres."
- Os Judeus em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial (Esfera dos Livros, 2006)
"Os Judeus... é sobre um episódio fugaz da História de Portugal. Uma parte da Europa esteve em Portugal em fuga da outra Europa que a perseguia, devido à sua religião e à sua política. E em que os portugueses viram que também eram europeus."
- A História da PIDE (Círculo dos Leitores/Temas e Debates, 2007)
"É a caracterização do Estado Novo através da análise da sua polícia política e onde tentei ver se o regime durou tanto tempo graças a esse mesmo instrumento."
- A Mocidade Portuguesa Feminina (Esfera dos Livros, 2007)
"É o livro onde pretendo, através de imagens, mostrar um mundo passado e acabado, que foi o das nossas mães e do qual já perdura pouco."
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Além disso, “Irene Pimentel tem no prelo uma fotobiografia de Zeca Afonso. Integra-se numa colecção a lançar pelo Círculo de Leitores” – refere ainda a jornalista SJA.
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Talvez boas matérias para próximas leituras...
Quem sabe se, mesmo, para oferta na quadra que se aproxima...

1 comentário:

bettips disse...

Não falei disto ao menino? Parece-me que sim... é uma lembrança para a família que vem a seguir.

 

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