quarta-feira, 12 de novembro de 2008

MÁ CONSCIÊNCIA POLÍTICA

Perorar contra a secular dicotomia esquerda/direita costuma ser a posição de quem tem má consciência política.

7 comentários:

José Ricardo Costa disse...

E se esquerda e direita passassem a ser substituídas por outras categorias espaciais? Sei lá, norte/sul, este/oeste, interior/exterior? Não quereria dizer a mesma coisa?
JR

jlf disse...

Claro que corro o risco de ser considerado ingénuo, ao responder-lhe.
O JR entende, perfeitamente, o que quero dizer. Está a dar-me baile...
Mas aceitemos sem conceder: se se tratasse de um puro jogo de palavras... claro que sim. Que teria razão.
Só que não se trata disso... Como sabe... melhor que eu.

jl

José Ricardo Costa disse...

Vamos lá ver. A dicotomia esquerda/direita vem da Revolução Francesa. A esquerda é a liberdade, igualdade e fraternidade? Como nos países do socialismo real? E a direita é o contrário. Mas há países governados por partidos de direita, onde há liberdade, e nos quais a igualdade assumiu, historicamente, os seus níveis mais elevados. So...
JR

jlf disse...

Antes de mais: provavelmente que, de novo, a excepção confirma a regra.

Embora seja evidente que a inteligência e a bondade (sintetizando) tanto se podem encontrar à direita como à esquerda.

Mas o que eu refiro é uma circunstância muito comum nos políticos da nossa paróquia.
Como o JR logo viu. (Mas preferiu dar-me corda...)

jl

aminhapele disse...

Imaginemos:os alunos da secundária de Fafe,são de esquerda;a ministra,é de direita;os profesores,são do sul?!
E quem fez o contrato para fornecimento dos ovos aos alunos,é do norte?!
A polícia,é de este?!
Os bombeiros,são de oeste?!
E nós?!Interiormente,não percebemos e exteriormente,barafustamos?!
Apesar desta brincadeira,creio que "essa" CONSCIÊNCIA POLÍTICA a que jlf se refere,nem sequer é má.Infelizmente,nem sequer existe!

José Ricardo Costa disse...

A Sophia de Melo Breyner Andressen dizia que uma palavra repetida inúmeras vezes se transforma em baba.

É o que eu acho relativamente a noções como as de esquerda e direita. Ok, têm um valor funcional e identitário. É uma espécie de GPS mental que permite reconhecer o caminho quando olhamos para Jerónimo de Sousa ou Paulo Portas.

Porém, o valor simbólico que já tiveram outrora, ou enquanto estereótipos, começam a perder o sentido.

E atenção, aquela boutade segundo a qual dizer que já não há esquerda e direita pressupõe ser de direita, não é verdadeira.

Eu sou de esquerda e considero que ser de esquerda não quer dizer grande coisa.

A propósito, quem são os políticos verdadeiramente de esquerda no mundo actual, tirando, claro, a esquerda mais festiva e radical? Não me venham dizer que ser de esquerda se reduz à esquerda trotskysta e estalinista do BE ou ao marxismo-leninismo serôdio do PCP, embora, claro, embrulhados num papel de modernidade.
JR

aminhapele disse...

Estou de acordo com jrc,mesmo com todos os "riscos" de nos chamarem "revisionistas"...
Também não é demais!
Há trinta e tal anos,chamavam-me "social-fascista" e,os que assim me chamavam,chegaram ao poder com o PSD!!!

 

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