«Vasco Pulido Valente afirma que Aquilino não deveria ter sido trasladado para o Panteão Nacional, não por ser, conforme alguns alegam, um "regicida", o que não está comprovado, mas por ser "um escritor medíocre".Considerar que Aquilino é um medíocre é, de facto, um direito que assiste a quem quer que seja. Pela minha parte, permito-me crer que Aquilino é um grande escritor e que Vasco Pulido Valente é um muito notável ensaísta-polemista. Acrescento que um escritor é-o obviamente enquanto expressão de qualidade literária, podendo sê-lo também, como Aquilino, enquanto expressão de qualidade humana.Pelo seu carácter, a sua coragem, a sua insubmissão, a sua coerência, a sua solidariedade, a sua generosidade. Tudo isto se conjuga na grandeza do escritor e do homem. Compreende-se que esta dimensão esteja ética e culturalmente datada. E cause alguma impaciência. Aos vocacionados para ela. Estou certo de que Aquilino apreciaria este ensaísta-polemista. Enquanto tal. É um direito que lhe assistiria. Além daqueles que assumiu e daqueles pelos quais lutou. Artur PortelaEstoril» - in Público/Cartas ao Director, QI 20SET07
imagem IPPAR (Wikipédia)
Artur Portela (até há pouco o Artur Portela Filho dos nossos - geração dele e a minha - tempos de maior e mais aturada “rezingância”), rapaz do meu tempo e da minha criação (um ano mais velho, com maior rigor), tem, é evidente, anos-luz a mais que eu no ofício da escrita (além disso, a dele, com qualidade) e de experiência, nesse mundo da cultura, para poder ter a atitude, não sei se de mais benevolente complacência se de mais militante tolerância e compreensão (não, de certeza, paternalista, que essa nunca fez o seu género) para com VPV.
Eu, com o cabedal de experiência dele, teria escrito, apenas, o mesmo que ele escreveu.
Claro que, com o tal bem diferente lastro, rocei mais um evitável primarismo.
Mas, convenhamos: não será uma realidade que também, de algum modo, acabei por me conter perante o direito que a qualquer assiste de pensar diferente?
Para alguns (muitos? Todos? Poucos?) isso não ressalta do meu texto. Mas estava na minha intenção.
Bem verdade que os homens não se medem aos palmos. Nem às palmas. Medem-se, contudo, às palavras, quantas vezes. Ao seu acerto e oportunidade.
A de Artur Portela (ai as saudades que eu tenho d’A FUNDA!...) mais acertada, ainda que de igual oportunidade.
Há diferenças que são inelutáveis!
Eu, com o cabedal de experiência dele, teria escrito, apenas, o mesmo que ele escreveu.
Claro que, com o tal bem diferente lastro, rocei mais um evitável primarismo.
Mas, convenhamos: não será uma realidade que também, de algum modo, acabei por me conter perante o direito que a qualquer assiste de pensar diferente?
Para alguns (muitos? Todos? Poucos?) isso não ressalta do meu texto. Mas estava na minha intenção.
Bem verdade que os homens não se medem aos palmos. Nem às palmas. Medem-se, contudo, às palavras, quantas vezes. Ao seu acerto e oportunidade.
A de Artur Portela (ai as saudades que eu tenho d’A FUNDA!...) mais acertada, ainda que de igual oportunidade.
Há diferenças que são inelutáveis!
2 comentários:
VPV levou as "bengaladas" que estava a pedir.
Há horas para tudo,até para destilar.
jlf e "aminhapele":
só hoje vi as vossas referências às minhas linhas relativas a Aquilino.
reconhecido
Artur Portela
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