quarta-feira, 19 de setembro de 2007

MESTRE AQUILINO

















Aquilino Ribeiro retratado por Artur Bual

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“É um escritor medíocre”, disse Vasco Pulido Valente a respeito de Aquilino Ribeiro. De Mestre Aquilino, como muitos se lhe referem.

É verdade que Aquilino não é de fácil leitura, lá isso não. Mas um dos seus maiores méritos, para muitos entendidos, estará exactamente, também, na sua riqueza vocabular. E a verdade é que Aquilino é, apenas, considerado o maior romancista português do séc XX, por muitos dos experts na matéria!

Assim, o juízo de PV deixa-nos a modos que perplexos acerca do vigor e do rigor intelectual do seu autor.

Será algo como se um enólogo, de suficientemente reconhecida craveira, proclamasse a mediocridade de algum dos mais apreciados e aclamados champanhes franceses, só porque mais adamado ou mais forte que outros.
Ou como se um arqueólogo, dos que passaram pelo limbo das mais severas recensões, declarasse a mediocridade arquitectónica da pirâmide de Kleops, atendendo à dificuldade no acesso à respectiva câmara mortuária.
É como se um crítico musical de aceitável valia, decretasse a mediocridade dessa importante figura do romantismo musical europeu do século XIX, Johannes Brahms, só porque o seu concerto para violino é de difícil execução.

Valha-nos Deus!
Claro que, bem ponderada a situação, e relevado (fazendo por isso) o deslize, não será caso de considerar VPV um “tetraplégico mental”... Vamos lá...
Mas que foi um tropeção de “coxo”... Ah! Isso seguramente que sim!

Os mais que o digam. Fico a aguardar.
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NOTA:
Veio este “lapsus mentis” de VPV a propósito da trasladação dos restos mortais do insigne escritor para o Panteão Nacional.
E, curiosamente, alguém punha em dúvida o mérito da distinção dado que se aventou a hipótese de Aquilino ter sido cúmplice no regicídio de D. Carlos e do príncipe herdeiro...
Está em maioria, segundo parece, a opinião dos historiadores especialistas no período em causa que afastam tal possibilidade. Entre eles o mesmo VPV.
Mas acho curiosa, em tese, a discussão.
Acaso será mais grave a eventualidade de se ser co-autor moral dum regicídio do que de outras plebeias mortes ou atrocidades?
Na verdade, não parece que acerca de Carmona, que lá “reside”, se tenha levantado a questão!...

Há coisas que certas memórias esquecem: A MEMÓRIA não aceita branqueamentos.

 

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