“Respeitáveis”.
“Respeitados”.
Felizmente que não os ouvimos, só a eles (e aos seus), e que há a memória e as palavras de outros.
Para que A Memória se não ressinta e A Palavra não esmoreça.
Por exemplo Pierre Rigoulot.
Não sei ao certo porque estalou o recente desaguisado entre Leonor Baldaque e Pierre Rigoulot. (Claro que não foi, apenas, por uma mera mancha.)
Nem posso avaliar da verdade ou inverdade da afirmação concreta da actriz portuguesa (e do co-autor da missiva ao director do Público, Pierre Vesperini, historiador da Antiguidade) que despoletou a réplica do director da revista Histoire et Liberté. Uma coisa é certa – e é essa que pretendo realçar: o traço biográfico, a descrição da personalidade do sr Rigoulot, é uma realidade bem menos virtual do que se poderá imaginar.
Não posso afiançar que com razão, mas suspeito bem que sim: segundo a nossa actriz, “o sr. Rigoulot fez sempre as boas escolhas: maoísta membro da Federação dos Círculos Marxistas-Leninistas nos anos 60, depois neoconservador fellow do Atlantis Institute e de seguida apoiante da invasão do Iraque em 2003. Agora incensa o sr. Sarkozy. Há pessoas que têm sorte, estão sempre do bom lado.”
Por mera coincidência (!?), no mesmo número do Público, Rui Tavares descreve o que poderia chamar-se o sr Rigoulot em lusa versão: Durão Barroso.
Os percursos não se correspondem milimetricamente? Ah! Mas são muito largos os traços comuns.
Todos conhecemos a trajectória do ex-líder do PSD, desde antanho.
A propósito do caso Somague e de toda a trampolinice em que se têm enredado os responsáveis daquele partido, num vergonhoso alijar de responsabilidades, a coberto do folclore institucional, chegando ao cúmulo da safadeza, da desonestidade e da falta de carácter de atribuir a responsabilidade última a alguém que está impossibilitado, por grave doença, de se defender, RT remata assim a sua peça:
foto que ilustrava o artigo de RT
ora... "está na cara"...
“Nós acreditamos nisto [em tudo o que se tem descrito] porque Durão Barroso é um líder”, e “liderar significa achar normal que o partido pudesse receber presentes de duzentos mil euros sem que o seu presidente fosse informado de tal caridade. Liderar significa, em última análise, passar a batata quente para o fulano que teve um AVC. Não há dúvida: são grandes homens.”
Nem mais.
Grandes homens.
De enorme craveira.
Tantos são eles que, agora, constituem a regra.
Nos tempos que correm é assim: a raríssima existência de gestor, governante ou político com espinha dorsal, vem confirmar a regra de que a verticalidade, em princípio, não existe.
Os exemplos são inúmeros. Dos tais grandes homens. Dos tais sortudos que estão sempre do lado bom.
Até quando?
Nem mais.
Grandes homens.
De enorme craveira.
Tantos são eles que, agora, constituem a regra.
Nos tempos que correm é assim: a raríssima existência de gestor, governante ou político com espinha dorsal, vem confirmar a regra de que a verticalidade, em princípio, não existe.
Os exemplos são inúmeros. Dos tais grandes homens. Dos tais sortudos que estão sempre do lado bom.
Até quando?
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