sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

NÃO FICARIAM MAL UNS SINAIZITOS DE ESQUERDA...


esquerda? O velhinho está xoné! Só pode!
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Recentemente, Pio Abreu, num artigo ("Uma verdade evidente") reflectia:
“As regras de Bruxelas vão no sentido da liberalização. O projecto, para os Estados soberanos, é emagrecer e reduzir o controlo sobre as actividades económicas".

O que, relativamente à situação de Portugal, Agostinho Lopes (Público QI 20DEZ07/Opinião/“Outro rumo, nova política”) resumia, em termos pouco brandos: “Há quem no PS se afadigue a convencer os portugueses de que são a esquerda moderna. Mas a sua “modernidade” é a da convergência com os partidos à sua direita em torno da agenda neoliberal do consenso de Washington e as diversas agendas neoliberais de Bruxelas. Os factos e as políticas aí estão, como o recente OE demonstra, para cortar cerce qualquer veleidade de tingir de esquerda o que é retintamente de direita”.

Assim, o busílis da questão está no seguinte: quem manda, de facto, em Portugal?

Entrosando a tal recente reflexão de PA, no jornal de distribuição gratuita “Destak”, com a de ontem, de AL, poderia talvez resumir-se a nossa situação no seguinte:
“Os cidadãos [escrevia PA] elegem os políticos, mas não os empresários. E estes vão-se apoderando de todos os recursos, pelo que a riqueza ou a miséria dos cidadãos depende deles.” Depois, o nosso “espírito crítico é informado (e torturado)” e deformado “pelos media que, por sua vez, são controlados por grupos económicos”, na permanente mira dos quais estão os políticos que elegemos, que não os empresários.

Para AL a problemática não é assim tão diferente quanto isso: “o eleitorado escolhe quem ocupa o poder”, no entanto, quem dita a sua acção são os mercados financeiros.

Mas algo se deve poder fazer para atenuar tal quadro e evitar que a um país pobre se exija como se fora rico, por um lado, e por outro para não agravar a situação social no nosso país que caminha velozmente para o insuportável.

E que algo é possível fazer confirmou-o o recente conselho de Mário Soares para que este PS se voltasse “um bocadinho mais para a esquerda”, por mor das inegáveis “desigualdades sociais e a pobreza”.
Corroborou, de facto, a possibilidade de uma diferente política, Mário Soares, mas foi de extraordinária benevolência: ao sugerir que este PS se voltasse “um bocadinho mais para a esquerda”, estava complacentemente a admitir que nessa política já haveria algo de esquerda.

Mário Soares é muito dado a deslizes... Ou então foi uma blague. Mas de mau gosto, temos de convir.

Acreditamos que não se trate nem de uma nem de outra coisa.

Vamos acreditar que Mário Soares apenas quis lembrar que a um governo PS não ficariam mal uns sinaizitos de esquerda...

2 comentários:

José Ricardo disse...

No DN de hoje vem uma entrevista muito interessante com um fulano chamado Ricardo Gonçalves que, pela conversa, é ou foi deputado do PS.

É muita sintomática. Vejam-se algumas perguntas e respectivas respostas.

Qual foi a maior decepção que sofreu até hoje?

A eleição legislativa de 1985,em que o PS teve apenas 20%.

E o maior pesadelo?

Que o PS volte a ter 20% nas urnas.


Com que figura pública gostaria de jantar esta noite?

Com Tony Blair. Sou da "esquerda móvel", como costumo dizer no PS. Gosto da Terceira Via.

A sua cor preferida?

Cor-de-rosa. Já foi o vermelho, por ser benfiquista e socialista. Mas hoje tanto o clube como o partido são menos radicais: preferem o "encarnado esbatido"...

A sua personagem de ficção preferida?

As maiores figuras de ficção foram criadas por Cervantes. Lembram-me a vida política: o Sancho Pança era o gabinete de imagem do Dom Quixote daquele tempo.

Que livro anda a ler?

Ando a ler O Líder do Futuro, de Peter Drucker.

Comentário: o melhor líder do futuro, para ele, será aquele que lhe permite evitar de novo uma grande decepção e a concretização realização de certos pesadelos. Para isso, nada melhor do que um Sancho Pança enquanto assessor de imagem e uma cor muito rosada para termos a ilusão de que vivemos uma vida dessa cor.

Na cabeça deste palhaço, tudo o que vá para além disto, não passa de uma simples futilidade sem qualquer importância. o engenheiro, está todo, inteirinho, dentro desta entrevista.

JR

aminhapele disse...

Notável,essa da "esquerda móvel"!
Deve ser um novo nicho de mercado:
o TELE PÊÉSSE!!!

 

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