sábado, 15 de setembro de 2007

O DELÍRIO DO SERVIÇO PÚBLICO













um incurável altruísta

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Luís Lopes poderia continuar a ser a esperança de muitos pais, na dispensa dos cuidados de saúde aos seus filhos de mais tenra idade. Podia ter desistido dessa missão para, em vez de pediatra, se converter em geriatra – continuando a ser a esperança de muitos pais, já não relativamente aos cuidados de saúde dos seus filhos, mas dos respectivos progenitores.
Mas não. Abandonou a medicina, tout court, para se dedicar à prevenção dos males políticos e aos respectivos contágios. Aos respectivos meios de combate, é óbvio.

Ainda e sempre profiláctica, a sua acção. Muito longe de qualquer atitude egoísta.

O sr Luís Lopes é um filantropo. Um incurável altruísta. Um autêntico mártir da causa pública. Um devotado servidor da comunidade.
É escusado acenar-lhe com uma mais que provavelmente promissora e muito bem remunerada carreira na medicina. Não quer saber disso. Manda, mesmo, às urtigas os gordos réditos que daí lhe poderiam advir. Quer lá bem saber do dinheiro e do prestígio! Interessa-lhe, lá, o penacho e o vil metal! Preocupa-se, lá agora, com o êxito e o poder que daí advém!
Cisma, isso sim, é com o bem-estar social dos seus concidadãos.
É exclusivamente por ele, apenas e somente, que ele se bate.
Nem mais qualquer material pensamento lhe assoma à aloirada cabeça. Muito menos qualquer espécie de venalidade ou de corrupção que alguns mal intencionados insinuam. E que ele, segura e duramente, verbera.

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...verbera, duramente, a venalidade e a corrupção
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Uma vida de preocupações, de entrega abnegada, de luta incessante, de sacrifícios vários, de privações... Muitas...
Nada o assusta. Nada o demove.
Tem os olhos fixos na colectividade: nos seus anseios, nas suas necessidades, nos seus problemas. E só o conhecimento desses anseios, o equacionar dessas necessidades, a resolução desses problemas o afligem, o ocupam, são a razão do seu viver.
Uma vida de sacrifício? Que seja, pois que a causa é muito nobre - pensa de si para consigo. E queda-se nessa tranquila felicidade.
Esse sentir é quanto lhe basta.

Se ele gaia? Pelo contrário, sente-se feliz: não pensa senão no próximo, naqueles pelo bem dos quais promete bater-se, denodada e desinteressadamente...

Não sei se será por isso (para não sair desse enlevo de estado d’alma) que o sr Luís Lopes recusa um debate com o actual líder do partido num canal de televisão...
Talvez porque não vê nele qualquer utilidade para o esclarecimento em que tanto se empenha. “Nah! Daí não vem nada de interesse...” – terá pensado o candidato.

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Nah! Daí não vem nada de interesse...
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O que certas pessoas sofrem e o que, injustamente, ouvem desses ingratos que vociferam por aí!

É muito duro ser-se político de certo cariz!

Muito duro.

Até quando?

1 comentário:

aminhapele disse...

A memória de um idoso,por vezes,é traiçoeira!
Então não é que a imagem do senhor me fez lembrar a de um antigo deputado que,em nome do bem público,se ausentou uma temporada para França para não ser notificado em tempo útil..
Qualquer coisa que tinha a ver com viagens fantasmas...
Os filmes que passam pela cabeça de um velho!

 

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