RATOS DE CAMPO E DE SACRISTIA

A notícia causou uma certa ansiedade a alguns pacatos portugueses: milhares de ratos preparam-se para, a partir de Espanha, invadir o nosso país, já muito infestado de tão repelentes criaturas.

Não muito dado à blague, VPV logo cozinhou uma crónica onde alia o humor a certas movimentações sub-reptícias bem ao jeito dos roedores.
E a fábula saiu-lhe bem.

“Se não vêm para se suicidar, o que vêm fazer a Portugal os ratos da Espanha?” – perguntava, muito a propósito, Pulido Valente.
“Alguém com certeza enganou os ratos”, mas “ninguém sabe quem lhes meteu na cabeça esta ideia extravagante”. E sem desarmar, antes pegando bem no “palio” prossegue: “acreditaram na “recuperação” de Sócrates? Julgam que não pagam impostos? Não ouviram falar do desemprego? Contam com Cavaco?”
Depois de lhes prever um futuro para o sombrio, VPV remata: “se não apanharem um processo disciplinar, nem os puserem no quadro de excedentes, voltam para Espanha com menos 15 gramas dos 30 com que atravessaram a fronteira”.

Divertida a crónica de Pulido Valente. Mas, rezingão e venenoso, como costuma ser, tinha de dar uma alfinetada (no mínimo) em alguém...
Ora ratos e outros roedores assim como percevejos e outros parasitas, que lhes costumam andar associados, é o que mais há por cá...
Só não percebi porque haveria de misturar VPV a rataria com o BCP e com a Opus Dei!
Acho que sobre respeitáveis instituições não devia o verrinoso colunista lançar suspeitas nem atoardas...

Tirando esse aspecto, que acho altamente condenável, de resto PV mostrou que também tem um apurado sentido de humor.
Raramente. Mas acontece.