terça-feira, 7 de agosto de 2007

DALILA TEM OPINIÃO, MAS SANSÃO NÃO GOSTA

foto Sérgio Azenha



Muito se tem dito e escrito a propósito da demissão de Dalila Rodrigues.
Pulido Valente chegou, mesmo, a verberar de indisciplina a atitude da ex-directora do MNAA – conquanto concedendo, é certo, no respeitante ao meritório trabalho por ela ali desenvolvido.

Creio que tudo vai da postura que o observador tome, na análise da situação.
Se a observarmos numa perspectiva das particulares exigências do exercício do cargo, da sua específica preparação, das respectivas, e muito elevadas, competências técnicas, da reconhecida capacidade de gestão e do apreciado dinamismo que Dalila Rodrigues soube imprimir à sua direcção, no curto lapso de três anos, nessa circunstância de tal forma sobram referências elogiosas que se torna menos aceitável a decisão superior que a visou com o afastamento.
Parece não restar grande dúvida que o modus legendi do processo, por parte da ministra, não foi o melhor, no sentido do superior interesse da cultura. Daí o desacerto, bastante provável, da sua actuação.

Mas convenhamos: qual o quadro superior, no sector púbico ou numa empresa privada, que não negoceia uma função destas?
Quando o representante da tutela (ou da administração de uma empresa) e o candidato a um posto se sentam a uma mesa para acertar convergências ou desmontar dificuldades e aplaná-las… É porque cada qual tem o seu quê em que admite qualquer renúncia, é porque cada um deles tem uma particular exigência a defender no exercício de tal missão. É porque há que atender ao perfil, às qualidades e ao currículo do candidato.

Assim sendo, as questões de obediência hierárquica prendem-se com problemas de outra ordem, de política geral do governo. Não com os detalhes que se constatou serem o epicentro da convulsão.

Os comentários da ex-directora foram – tudo parece indicá-lo – no âmbito da matéria que fora objecto de negociação: prioridades, apoios mecenáticos, estratégia inovadora, medidas aprovadas e não implementadas.

Assim sendo, tudo – e todos – apontam para a gratuita e precipitada perda de uma muito qualificada directora do nosso mais importante museu.


2 comentários:

aminhapele disse...

Na minha opinião,estamos mas é num problema de transportes.
Palpita-me que Dalila(que a senhora me perdoe,dado que não a conheço)não gosta de andar de camelo!

bettips disse...

Lembro-me da Alice no País, neste caso o País das Maravilhas (vide BCP): passa a raínha de copas e diz "cortem-lhe a cabeça". Abç

 

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