segunda-feira, 27 de agosto de 2007

REMEDIADOS AQUI, POBRES ACOLÁ







Não falo do que não conheço. Não avento hipóteses incríveis. Nem imagino coisas inverosímeis... Não “pinto a manta”... Não invento histórias...
(Tudo – por exemplo – para denegrir o governo. Para o pôr em causa.)
Nada disso.

Um amigo meu mandou-me, hoje, por mail (informação que corre por aí), uma relação dos salários mínimos e médios em 14 países da União Europeia.
Segundo essa estatística, o limiar da pobreza nesse universo em análise vai dos 1 928 euros, no Luxemburgo, aos 387 euros de Portugal.
Por sua vez, o salário médio situa-se entre os 3 213 euros no Luxemburgo e os 645 euros em Portugal.

Ora, de acordo com os critérios da União Europeia, é considerado pobre aquele que ganha 60% do salário médio do seu país.
Portanto, em Portugal, muitos dos quadros superiores das nossas empresas, reformados na década de 90, não são pobres.
Mas, o europeu que existe em cada um deles, se estimar o seu rendimento de trabalho (a sua pensão de reforma) pela bitola de outros países, é pobre, sim, nessa avaliação.
São pobres para os luxemburgueses (cujo limiar da pobreza é dos aludidos 1 928 euros), assim como para os dinamarqueses (lp: 1 828 euros), e por aí fora. Alguns deles para uma boa meia dúzia dos tais países da União.

Já agora, é difícil definir se, nesses idos de 90, um reformado o era ou não compulsivamente. Sob coacção.
Em bom rigor, talvez não devesse ser como tal considerado, mas o cenário que os “teimosos” enfrentavam não era nada encorajador a fazer frente a semelhante intuito dos gestores das empresas.

O problema que na altura se punha, perante a lei (cavaquista) de então (apressada e zelosamente acolhida por todo o patronato) – fosse qual fosse a qualidade ou o gabarito do visado – era o de se ter “cometido o crime” de ter feito 55 anos de idade!
(Não faço blague. Falo muito a sério.)

Mas mais: tal acontecia, na generalidade dos casos, com penalização. Ou seja, a generalidade dos “criminosos” (que se tinham permitido a ousadia de nascer nos finais dos anos 30 do século passado), não eram reformados com vencimento médio dos 10 melhores dos últimos 15 anos de salários. Não: eram com menos 10 ou 15 % do valor encontrado.

Ponto muito importante a esclarecer: tudo isto se referia a matéria aplicável, apenas, no sector privado.
Tomaram bem nota?
Ou seja: falo de reforma. Não falo numa coisa bem diferente e bem menos dolorosa: aposentação.

(Como não falo nas aposentações dos deputados, dos políticos em geral, de certos funcionários em particular... Aí, sim, era difícil conter comentários bem “hilariantes”...)

A tabela que me foi enviada é, pois, a seguinte:


país limiar da pobreza salário médio
LUXEMBURGO 1 928€ (386 529$) 3 213€ (644 149$)
DINAMARCA 1 828€ (366 481$) 3 043€ (610 067$)
REINO UNIDO 1 634€ (327 588$) 2 723€ (545 912$)
ALEMANHA 1 604€ (321 573$) 2 674€ (536 089$)
BÉLGICA 1 506€ (301 926$) 2 510€ (503 210$)
FRANÇA 1 276€ (255 815$) 2 127€ (426 425$)
SUÉCIA 1 252€ (251 003$) 2 086€ (418 205$)
FINLÂNDIA 1 204€ (241 380$) 2 006€ (402 167$)
ÁUSTRIA 1 143€ (229 151$) 1 905€ (381 918$)
HOLANDA 1 031€ (206 697$) 1 719€ (344 629$)
IRLANDA 982€ (196 873$) 1 637€ (328 189$)
ESPANHA 725€ (145 349$) 1 208€ (242 182$)
GRÉCIA 700€ (140 337$) 1 167€ (233 962$)
PORTUGAL 387€ (77 587$) 645€ (129 311$)


Os políticos gostam muito da imagem e costumam falar de uma Europa a várias velocidades. Digamos que Portugal integra uma Europa que anda de marcha-atrás...

Até quando?


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