quarta-feira, 7 de novembro de 2007

CRISE?









«Lucros

da CGD

sobem

21,8% até Setembro



O Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve 675,6 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses deste ano, uma subida de 21,8% face aos 554,7 M€ registados em igual período de 2006, anunciou esta quarta-feira a instituição financeira.

DD
07-11-2007 16:38:13
»



Isto é o que, de entendível à grande massa, é informado. Porque depois segue-se uma síntese do relatório (dos resultados) em discurso codificado que, creio, deixará de boca aberta economistas e financeiros que tenham um mínimo de sensibilidade humanista para as questões sociais.

Claro que para nossa própria garantia, uma instituição bancária deve ser sólida e bem gerida.

Mas se a situação é de grande dificuldade para a generalidade dos cidadãos, um tal florescimento é excessivo e demonstra a razão dos que afirmam ter o governo, para essas instituições e para certos grupos empresariais, uma política muito menos agressiva do que para o cidadão comum.
Menos agressiva? Mais complacente, quero dizer.
De conivente cumplicidade, melhor dito.

E quando a crise passa ao lado de tais instituições, passa igualmente a grande distância dos respectivos gestores...

O 25 de Abril não se fez para reforçar a distinção entre portugueses de primeira e de segunda, mas para a atenuar até a extinguir.

É um chocante escândalo o que se tem passado nessas áreas. É um facto indisfarçável que os ricos se têm tornado exponencialmente mais ricos, e que a pobreza tem abarcado no seu âmbito muitos novos elementos. Os governos neoliberais que têm exercido o poder neste país, nomeadamente o actual, mais não tem feito que aumentar, mais e mais, esse fosso.



Em Abril último recebi, pela primeira vez, a mensagem que se segue.
Não sou cliente dessa próspera entidade bancária, para poder comprovar o conteúdo da mesma. Mas recebi, de várias proveniências, o anexo seguinte, cujo conteúdo confirmei com alguns clientes da Caixa.



«A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores principescamente pagos daquela instituição bancária.

A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.

As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas demanutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.

Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.

Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.

O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.

Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.»


Indecoroso, é o mínimo que se pode comentar...
Até quando?

1 comentário:

aminhapele disse...

Indecoroso?!
Basta que o Dr.Vara diga quanto ganhava como empregado da CGD(antes de ser político) e quanto passou a ganhar quando "regressou"!
Alguém tem que lhes pagar!!!

 

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