É na verdade importante, muito agressiva mas muito lúcida a análise de José Manuel Fernandes no seu editorial de hoje. E a merecer um generalizado apoio de quem está desiludido com o sistema educativo que tem sido implementado de há anos a esta parte.
O título é utilizado como uma funda poderosíssima: "Verdades sobre a escola duras como pedras". E o lead, de seguida, vem mostrar-nos alguns dos pedregulhos arremessados: “Há boas escolas em zonas difíceis. Há bons professores em más escolas. O que não há é um bom sistema de ensino comandado por iluminados "filhos de Rousseau" que gostariam de levar todos, pela arreata, até ao seu paraíso igualitário mas medíocre.”
Mas, a rematar essa crua análise, contudo muito perspicaz, JMF vai ao fulcro do problema para concluir: “Ao encontrarmos exemplos que fogem ao estereótipo do binómio boa escola de ricos/má escola de pobres, aproximamo-nos do âmago do problema. E esse é a verificação clara de que, após 30 anos de democracia, o nosso sistema de ensino massificou-se, mas tornou-se numa fábrica de desigualdade porventura maior do que já era. Isso deve-se à ideologia centralizadora e facilitista de quem, governo atrás de governo, tem gerido a Educação em Portugal, e à resistência dos propalados "amigos dos pobres" em encararem modelos de gestão do sistema menos centralizadores e que envolvam, responsabilizando, os professores, os pais e as comunidades locais. Como iluminados "filhos de Rousseau" julgam poder impor de cima a melhor das ordens, legislando e regulamentando, como anteontem defendeu na RTP a actual ministra.”
É, de facto, um editorial a merecer uma leitura atenta. Que, creio, vai arrancar muitos aplausos.
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