O Orçamento do Estado prevê mais de 71 mil milhões de euros de despesa pública em 2008. Ou seja, prevê um acréscimo de mais de 4% na despesa do Estado (o dobro da percentagem deste ano), o que traduz um aumento superior a 3200 milhões de euros.
Há despesas públicas de grande monta que correspondem a fatias muito respeitáveis daqueles mais de 71 mil milhões de euros.
Mas contribuem, também, para esse crescimento da despesa do Estado, muitos outros pequenos grandes gastos, que é curioso assinalar.
Assim, por exemplo, só em estudos, projectos e consultadoria vão-se gastar 188,6 milhões de euros – mais 75 milhões do que no ano ainda em curso.
Para as comunicações do Estado e para as dos Fundos e Serviços Autónomos o montante prevê-se um gasto da ordem dos 196 milhões de euros.
Para deslocações e estadas estão orçados 60,6 milhões de euros – mais 9 milhões do que em 2007.
Imagine-se que só para os serviços de limpeza e higiene se prevê uma factura de 58, 8 milhões de euros.
Inacreditável seria que o Orçamento previsse, como prevê, uma verba de 76, 2 milhões de euros para gastos em material de escritório, se não soubéssemos que se repetem os casos como o do ex-ministro Paulo Portas, que só por sua conta e apenas numa semana gastou, pelo menos, 61893 folhas de fotocópia – umas 124 resmas ou cerca de 2480 mãos de papel!
Por outro lado, para pagar refeições confeccionadas e alimentos para confeccionar prevê-se um montante de 138,1 milhões de euros.
Imaginemos que não havia abusos e exageros, mas antes uma certa contenção nos gastos... Quantos milhões se não poupariam?
O pior, parafraseando Oliveira Martins, é que são muitos os que abancam à mesa do Orçamento, e que nem as migalhas lhe perdoam.
Até quando?
(Elementos coligidos na edição de hoje do Expresso)
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