Não é um mau princípio, o velho ditado.
É a melhor forma de passarmos incógnitos e ignorados, em qualquer parte. Despercebidos, como a todos (?) nos convém.
Imagine-se assistirmos a um ofício religioso (missa ou outra cerimónia) na igreja de S. João de Deus, em Lisboa, ou na igreja da Lapa, no Porto, por exemplo, e vermos, entre a assistência, uma moça envolvida num pareo... Já nem falo, claro, dos mais ousados: não é preciso que a roupagem encubra um corpo muito escultural para todos os olhos nele se “espetarem”...
Vem isto a propósito de algo não tão radical, mas, de todo o modo, objecto da geral curiosidade, alvo de distraídos mas não ignorados olhares: numa zona balnear e de veraneio, entre centenas de pessoas de jeans, calções, t-shirts, levis e outras marcas, pareos, shorts e outras ligeiras e por vezes mais bem reduzidas indumentárias, um cavalheiro, bem entradote em idade, de porte garboso e acentuada lordose, impecável no seu fato completo, sobrantes farripas, contornando a cabeça, bem empastadas, gravata e respectivo alfinete, sapato de bom calfe, engraxado a preceito, passeava-se calmamente, observando tudo à sua volta (mas sem se aperceber que era alvo de todos os olhares – de tal maneira destoava)...
Era, na verdade, uma ave rara, aquele senhor deambulando hoje pela zona do Magoito e do Arneiro de Marinheiros. Notava-se que se sentia seguro de si. Felizmente.
Nós, os outros que o observávamos, só queríamos isso mesmo: que ele se sentisse bem. E que estivesse à vontade... Mais à vontade, até, para sua maior comodidade.
Há alturas em que, impondo-se a floresta, é difícil ver a árvore.
Não era, hoje, o caso, decididamente.
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1 comentário:
De quem chama a atenção...pelo oposto!!!
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