segunda-feira, 22 de outubro de 2007

AS DERRAPAGENS E A LEI DE LAVOISIER, segundo Rui Moreira

Hoje foi a habitual coluna do Presidente da Associação Comercial do Porto que me fez ficar a matutar.

(Todas ou quase todas elas me ficam cá todos os dias a bulir, a enzonzinar a mioleira. Por vezes a revolver-me as entranhas. Mas há, muitas vezes, uma que se destaca...)

De facto, as derrapagens nas contas das obras (e não só nas públicas, mas sobretudo nestas) parecem ser uma fatalidade de que não há maneira de fugir!

Mas é evidente que toda a gente lhes conhece as causas.
Os conluios, as complacências, as conivências, as vesgas compreensões de argumentos absolutamente coxos.
A gula insaciável dos empreiteiros. O cúmplice encolher de ombros dos gestores.
A corrupção, sem mais rodeios nem adocicamentos.
Já sem máscaras e disfarces, muitas vezes. Às claras. Absolutamente despudorada.

São várias as mais badaladas. Mas de entre elas leva enorme vantagem a da estação do Metro da Praça do Comércio (ou Terreiro do Paço, se preferirem), que dos inicialmente previstos 165 milhões de euros passará a custar, afinal (até ver) 299.
Ou seja - e socorro-me, de novo, do colunista - aqueles 2 025 de túnel custam (até próxima derrapagem) a irrisória quantia de 1 500 euros por centímetro ou então 30 euros per capita. É obra!...

Mas para os gestores da coisa pública, que importância pode ter uma situação dessas?
Que a gente dê por isso: nenhuma.

Mas... e as polícias?
Ora, as polícias, algumas...
Além de que as polícias não agem a seu bel-prazer (embora pareça, quando instruídas pelos guarda-costas do primeiro-ministro), mas perante lei que os responsabilize e exemplarmente os puna. Além de que são necessários tribunais capazes de os condenar e punir.

Acho, pois, que é de aceitar a sugestão de Rui Moreira e de gravar nas paredes da estação de uma das obras mais emblemática da situação aqui descrita (a da Praça do Comércio) o princípio de Lavoisier que afirma que "na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma", que tem nela uma das suas mais acabadas demonstrações: o erário público (os nossos impostos) “é desbaratado impunemente mas não se perde, porque é transformado nos fabulosos lucros de alguns”.

Não fosse o assunto tão sério e preocupante e até acharíamos alguma piada ao vídeo seguinte. E vamos sorrir, na mesma, enquanto mete ridículo a situação.

Vejam-se, então, os patos bravos em exercícios de derrapagem


1 comentário:

bettips disse...

E não é que ficou bem demonstrativo? Diria até que docemente pousam em tudo quanto dá lucro! Abusos. Abusadores da "democracia". Abç

 

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