sábado, 6 de outubro de 2007

POPULISMO E MIOPIA








Vasco Pulido Valente já está na idade de poder fazer e dizer o que lhe der na realíssima gana... Sem ter que pedir licença a ninguém.

Convirá é saber o que diz, ser coerente. Como lhe convirá não fazer disparos, de esguelha, sempre para o mesmo lado, para não ser arrumado na prateleira dos velhos cuja resmunguice não há pachorra para aturar.

Na sua coluna de hoje discorre sobre populismo. E discorre, de uma forma geral, acertadamente.
Escalpeliza, por exemplo, muito bem, o fenómeno populista que é LFMenezes. E com a virulência que lhe é conhecida até manda um recado a muito boa gente que por aí anda em bicos dos pés: “A condescendência de “bom-tom” com que uma certa classe média viu a inesperada ascensão de Menezes é estúpida e perigosa”.
(Claro que alguns não entenderam, porque são pirosos e convencidos em excesso; outros... porque a natureza os não dotou dessa capacidade de entendimento).

Como muito bem explica VPV, e muitos se fizeram disso eco, o discurso alta e perigosamente demagógico do actual líder laranja “simultaneamente desorganiza o partido e convence as ‘bases’ da sua força”. O que, ambas as coisas, convém ao ‘chefe’ – não esquece de lembrar o articulista.
E continuando, VPV recorda como “a inevitável pulverização do ‘poder directo’ transforma o ‘chefe’ (e a sua corte)” no único decisor e na única autoridade. Tal como “permite ao ‘chefe’ fazer e dizer o que lhe vier à cabeça – e o seu contrário”.

Tudo isto não estaria mal de todo se não viesse o (por vezes) inenarrável VPV atirar, de esguelha, à esquerda, sem jeito nem nexo: comparando a campanha (e naturalmente que as respectivas figuras e os correspondentes propósitos) de Menezes com a recente de Alegre e a, mais recentemente, ainda, de Roseta.

Claro que num VPV não se trata, seguramente, dum lapso, tal comparança. Trata-se duma visão obtusa, como algumas que nos debita de quando em vez.


Jamais passou pela cabeça e pelo sério raciocínio de algum crítico semelhante análise.
Ninguém mais seria capaz de dizer que, quer Alegre, quer Helena Roseta, seriam mobilizáveis para pôr em causa o princípio da representatividade, ou seja, para “ignorar ou distorcer a ‘vontade geral’ a favor de uma ‘oligarquia’ (seja ela de que tipo for)”.

É mais que evidente tratar-se de uma atitude de má fé, e pior vontade.

Alguns, por menos, lhe chamam canhestro.

Por mim, limitar-me-ei a sorrir e a pensar que o rezingão está a passar-se. Perigosamente, em termos da sua já periclitante credibilidade.

‘Lá com ele e com a sua miopia.


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