Esse belo paraíso da natureza desenhado no planeta, que é a Birmânia, tem sido palco de sucessivas carnificinas e atentados aos direitos humanos. E tem sido objecto das preocupações do mundo dito mais evoluído.
Talvez com a excepção da Alemanha, onde, no século XX, vimos, na Europa, países mais atrasados serem terreno propício ao alastramento de regimes autoritários, o mesmo se passa, recentemente e já neste século XXI, nos continentes africano e asiático.
Com a agravante, nos tempos que correm, de tais situações serem “acarinhadas”, fomentadas e suportadas (ou, no mínimo, esquecidas), em última instância, pelos poderosos senhores do universo. O que implica um recrudescimento absolutamente ímpar das sua gravosas situações, física e psicologicamente.
Caso paradigmático (com invocação de outros) abordado em artigo de opinião, ontem, no Público, por José Vítor Malheiros, com exemplar objectividade e profundo sentido humanitário, é o da Birmânia (a que, por razões supersticiosas, os seus actuais governantes mudaram o nome)..
A dada altura JVM exclama (a sua carga de indignação acrescida da nossa): “É perante situações como esta (ou como o conflito do Darfur, com as suas centenas de milhares de vítimas inocentes) que se torna gritante a ausência de visibilidade da política externa europeia e chocante a timidez da que existe - sempre hesitante entre os seus próprios interesses comerciais; o equilíbrio entre os vários Estados-membros, os Estados Unidos, a Rússia e a China; e um profundo desejo de evitar riscos e gastos”.
Pasmamos. Mas, como sabemos que vivemos num mundo cão, acreditamos.
Porque se trata de um tema de extrema actualidade e de um texto exemplar é que decidi arquivá-lo no Apostila.
Leia, pois, “BIRMÂNIA: UMA ESCOLHA FÁCIL”, de José Vítor Malheiros
NOTA:
“Quem disser o seu nome junto de um militar corre o risco de ser imediatamente preso, sem sequer passar pelo tribunal. Aung San Suu Kyi, a líder do principal partido da oposição da Birmânia, o NLD (Liga Nacional para a Democracia), é uma espinha atravessada na garganta dos generais que comandam o país. A «senhora», o «monstro», ou o «fenómeno» nomes de código utilizados pelo povo está em prisão domiciliária desde Maio de 2003”. 62 anos, feitos a 19 de Junho último. “Soube na prisão que havia ganho as eleições legislativas de 1990. Mas o poder foi-lhe roubado pela junta militar. Aung San Suu Kyi representa a esperança de libertação do povo birmanês. A luta da líder do NLD contra a ditadura valeu-lhe a atribuição do prémio Nobel da Paz em 1991.” (Anexo a um artigo de Ricardo Fonseca / VISÃO de 23.09.2004)
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