quarta-feira, 17 de outubro de 2007

OS AVANÇOS DA TURQUIA


A Turquia parece encontrar-se numa encruzilhada difícil: não sabendo se virar-se para o passado, se avançar, decididamente, para o futuro, resolveu saltar, a pés juntos, para o “progresso”.
Na verdade, acaba de eliminar o tratamento igualitário entre homens e mulheres e propõe que estas sejam consideradas "seres vulneráveis que necessitam de protecção".
Não será justo chamar-lhe um passo (tímido, muito menos) de avanço no melhor sentido. Foi antes um solavanco, um arranque impetuoso na direcção do mais espectacular progresso.

Em qualquer parte do mundo actual (das populações mais evoluídas às mais atrasadas), uma criança é, mais por natureza que por definição, um ente frágil e vulnerável que necessita de protecção.
É assim, em toda a parte, por mais carenciado ou abastado que seja o ambiente que a acolhe.
Mas há Estados (cúpulas máximas na organização e estruturação das sociedades) cujos líderes e respectivos representantes e colaboradores, levam longe demais o seu pendor para o proteccionismo em tal área.
Nada nem ninguém os demove do sábio progresso e do mais venturoso equilíbrio da sociedade. O mundo que está para lá dos seus muros está irremediavelmente perdido, às avessas. Na escuridão total.
É assim que grande parte dessas crianças, nesses países, sob a tutela de tais governos, chegada a idade adolescente, depois a adulta, deixa de necessitar dessa protecção: os cidadãos do sexo masculino.
Mas, e as criaturas do sexo feminino, meu Deus?!...
Pese embora os mais credíveis dados científicos afirmarem que elas são, em todos os aspectos, de um mais precoce desenvolvimento que os homens... Nada de confiar. Nada garante que tais seres se possam deixar entregues ao seu normal progresso. Que não continuem a exigir a mesma protecção para a sua “manifesta” vulnerabilidade – como o mundo está cansado de provar.
E da mesma indigência e congénita diminuição as consideram certos credos, como o catolicismo e o islamismo.
Os doutores e os padres da igreja de Roma, em épocas de mais conturbada misoginia, até afirmavam que o seu crânio não tinha cérebro, mas meras lombrigas e aranhas. Mais: que nem alma tinham. Pobres seres inacabados que tinham de ter o correspondente tratamento.
E que não podiam usufruir de confiança, já que falhas de capacidade.
E isto para não falar, ainda, nos métodos de eugenia, relativamente a elas, especialmente, que sempre foram mais ou menos utilizados e que hoje ainda o são nesse mundo de homens tão prodigiosos como o de que acabo de falar.

1 comentário:

aminhapele disse...

Há poucos dias,num grande aeroporto,ao entregar passaporte,reparei que havia dois guichês:um para homens e outro para mulheres e deficientes!

 

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