quinta-feira, 18 de outubro de 2007

BANCOS







Os bancos, como qualquer empresa, visa o máximo de lucro. E só convidam para os seus banquetes (por lembrar o título da coluna, de há dias, de Campos e Cunha: “bancos e banquetes”, numa leitura que não só é possível, como não é abusiva) quem muito bem entenderem.
Os tristes dos depositantes que se calem e que se virem, se não estiverem bem. E os pobres dos pequenos accionistas que vão bugiar, se não tiverem peso suficiente para discutir o jogo.
Campos e Cunha dizia, bem claro, que o podia preocupar a falência de um banco. Nunca os lucros, por maiores que fossem, que pudesse atingir, pois que era para isso que ele existia.
Claro que hoje entende-se melhor o raciocínio do sr ex-ministro: factores com vocação para conduzirem um banco à falência, não são quaisquer. Estão, naturalmente, excluídos, os que visam perdoar milhões, de empréstimos e ou de juros, aos seus maiorais, familiares e amigos.
Lucros, sim, e quanto maiores, melhor – repetia o sr Prof. Nem que apenas em proveito dessa ou dessas raras famílias – podíamos depreender, na ausência de distinção. Porque é evidente que o seu contributo para a riqueza do País, para a economia da comunidade... é uma panaceia, uma mentirola piedosa, uma afirmação esdrúxula e sem conexão com a realidade.
Pequenos ou grandes aforradores? Pequenos accionistas?!
Que se danem.

É que é preciso não esquecer que:
- um banco não é uma instituição de caridade – quando uma mão dá, a outra não fica esquecida de receber (e sempre muitíssimo mais do que deu);
- nem é uma confraria modelar – a ética é o salve-se quem puder e quem melhor se puder impor;
- como não é uma sacristia – o incenso não é o seu odor característico. Talvez, antes, e muitas vezes, o da pólvora;
- mas antes se assemelha a uma casa de meninas – o pudor não é a sua especialidade;
- além de que não é uma escola de democracia – à transparência de processos substitui-se a neblina de alguns interesses;
- nem uma escola de virtudes – as regas do jogo alteram-se ao bel-prazer dos seus gestores.

Uma curiosidade: o Prof Campos e Cunha faz sempre acompanhar estas suas reflexões de um PS, no final. De que consta: “declaração de incompatibilidade: não tenho acções de bancos, nem directa nem indirectamente”

Algumas criaturas doutros tempos (outros valores), como eu e tantos, poderiam ser levados a pensar: pois, o prof prega, prega, mas ainda lá tem a sua ética.
Puro engano. Para que se não deixe passar por ingénuo, lá está bem expresso que é por meras razões legais (incompatibilidade) que o afirma.

Fique descansado sr dr. Entendemos.

2 comentários:

aminhapele disse...

A esse Professor é que assenta bem o CURRICULUM do Gerson Deslandes...

Aquino disse...

Campos e Cunha não tem acções de bancos. Mas tem uma reforma milionária do Banco de Portugal e preparava-se para acumulá-la com o vencimento de ministro.

 

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