sexta-feira, 19 de outubro de 2007

IMPOSSÍVEL? TALVEZ NÃO

De vez em quando fica-nos a sensação de não haver ninguém mais infeliz e azarado que nós: porque o elevador encalhou noutro andar, porque alguém nos ultrapassou, deselegantemente, na fila do supermercado, porque pedimos um café bem quente e ele veio morno, porque chove e esquecemos o guarda-chuva, porque o jornal atrasou, porque o autocarro ia lotado, porque a papelaria não tinha a revista que nós queríamos, porque o jantar atrasou 10 minutos, porque a imagem da televisão tremelicava, porque a conta da electricidade ultrapassava o habitual, porque o acesso ao site foi de desesperante lentidão, porque a mão nos dói, e o pé nos incomoda, e o dedo está um pouco inchado, e o secador do cabelo avariou, e a máquina do tabaco não devolveu o troco todo, e o Multibanco tinha mais que uma pessoa na fila, porque só temos duas mãos e precisávamos de quatro mãos para despachar aquele trabalho e dar conta de tudo, porque a impressora enguiçou, e o computador bloqueou, porque um filho tossiu, e o outro espirrou, porque não chegámos a tempo do programa de televisão preferido, porque o barulho incomoda... porque tantas pequenas coisas incomodam...

Pois é! Por muito, muito mais, a alguns nem um queixume se ouve!
Somos uns eternos piegas. E nunca nos apercebemos que, afinal, somos, mas é, na generalidade, uns felizardos.

Impossível? Só parece.
Ah! Mas a vontade!
Veja! Que incrível!


3 comentários:

aminhapele disse...

Comentar?!

bettips disse...

Eu não vi tudo, mal salta uma americanada, passo. Mesmo formatada pelas boas pessoas.
Há azares. No Iraque são imensos. Em New Orleans há excursões.
Nós por cá, temos alguns. Azares, digo. Obrigada, sempre, por passares nas palavras minhas. Abrç

jlf disse...

Não tenho perdido assim tantas ocasiões para sublinhar os gravíssimos problemas que assolam, para nossa grande preocupação, a humanidade, onde ela, por efeito de determinados vermes, corruptos e desumanos que detêm o poder, transformam essas zonas do globo num autêntico “mundo cão”.

À partida, ainda hoje, (sem o radicalismo de ontem, por melhor conferir realidades e situações - consequência de maior vivência, de algum provável acréscimo de sensatez, de uma mais serena – nem por isso menos lúcida – análise) também passo ao lado de americanadas, excêntricas, sensacionalistas, convencidas do seu papel de modelos e exemplos, num paternalismo bacoco que já não há pachorra para aturar.
Não me converti - óbvio - em proclamador da bondade americana, passando-lhe, agora, a mão a favor do pêlo.
Não esqueci os horrores que vivem os palestinianos, nem os que ator-mentam o Iraque, ou os que se agravam no Irão, ou os que abrasam a Birmânia, ou os resultam dos feitos do “Querido Líder”, ou... Ou... Como não esqueci as soluções, paradigmáticas, de New Orleans, (sem ser preciso trazê-las à memória através dos inumeráveis e demolidores car-toons com esse grande obreiro de soluções de emergência nessa marti-rizada área).
Quis pôr em evidência, tão simplesmente, o exagero das nossas pequenas contrariedades e preocupações quando comparadas com as que enfrentam pessoas como aquela mãe do vídeo.
Nesse momento não quis saber se o vídeo é made in USA, China, Ale-manha ou França, nem me importou de saber se a jovem mãe era aus-traliana, americana, sueca, irlandesa ou de Macedo de Cavaleiros.

Era um caso. Adequado à finalidade que me propunha. E foi tudo.

 

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