segunda-feira, 29 de outubro de 2007

QUESTÃO DE SUBSTRATO










Ao receber dissidentes cubanos, dias atrás, Bush, sem a mais pequena hesitação, entre outras máximas proclamou a seguinte, acerca de Cuba: "Os Estados Unidos não vão dar oxigénio a um regime criminoso, que vitima seu próprio povo".
Ou seja, um regime deixa de ser criminoso quando vitimizar outros povos e outros países – parece ser a conclusão que a sua clarividência impõe.
Moral superior. Inteligência brilhante. Democracia exemplar.

Quando se apresenta com um suposto sentido de Estado, lá está Bush a tropeçar nos mais básicos conhecimentos, a revelar a sua estreita “visão”, a cometer gafes sucessivas. A exibir a sua inconsistência e a sua incongruência.

Ora tudo isto tem a ver com uma determinada estrutural intelectual. Cuja debilidade, no presidente americano, é proverbialmente conhecida.
Como tem a ver com a sua estatura cultural. Cujo défice é sobejamente reconhecido.
É que o senhor, sem lugar para qualquer dúvida, não tem substrato cultural que lhe permita fazer declarações com alguma pertinência, sem o constante recurso ao indispensável apoio do seu staff de assessores culturais. Só que, tão reduzido é o espaço que o seu cérebro tem disponível para tais matérias (cultura, e falo da mais geral), ainda por cima administradas de forma tão intensiva e capsular, que, dessa amálgama mal digerida, nenhuma declaração lhe pode sair direitinha e em condições.
A agravar a situação, o senhor do planeta não dispõe de uma informação isenta, correcta e atempada. Tudo lhe é transmitido do jeito que mais lhe convém ouvir e entender.
Assim, o desastre é ainda muito maior. Donde o avolumar das gafes e do anedotário. E das incoerências.

Até quando?

1 comentário:

bettips disse...

Pouca colaboração entre os hemisférios: do cérebro dele...!
A aflição é serem "donos". Dos meios.
Por cá, molduras de Outono, desencontrado. Obg. Abraços

 

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